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Walt Disney e a lição de nunca desistir dos nossos sonhos


Assisti recentemente a “Walt antes do Mickey”, filme que está no catálogo da Netflix. Quem não assistia as aventuras do Mickey quando criança, não sabe o que é infância. Quando meu pai chegava do trabalho, numa sexta-feira, eu e meu irmão já aguardávamos qual filme ele traria da locadora do centro da cidade, uma das duas únicas locadoras que recordo ter existido por aqui. Lembre-se que naquele tempo não havia serviços de streaming, e alugar fitas VHS — depois veio o DVD substituir as VHS — era quase rotina semanal na maioria das casas. Principalmente em uma cidade pequena do interior em que não havia cinema. E o nosso fim de semana era embalado pelos filmes da Disney. Mickey Mouse, Pato Donald, Tio Patinhas, Minnie, Pateta, Pluto, etc. Eram essas animações que povoavam o nosso imaginário, assim como de todas as crianças daquela época. Hoje já não sei se as crianças têm o mesmo prazer de ter estes personagens povoando o seu imaginário, mas suponho que não. Infelizmente.


Walt Disney dispensa apresentações. E este filme, quando vi na seção de sugeridos, despertou minha atenção. “Antes do Mickey?”, pensei. Achei interessante, pois a sinopse dizia basicamente que era uma biografia do Walter Disney — e como sou apaixonado por biografias, apertei o play. E que surpresa grata! Logo no início vemos o pequeno Walter desenhando animais que sua família criava em uma fazenda. Seu pai, homem do campo e pragmático, não gostava muito dessa história de sair desenhando nas paredes do celeiro. As cenas que se segue mostram o envolvimento do pequeno Walt no mundo da arte, fazendo peças, sendo vaiado, até conseguir um emprego em um cinema (emprego arranjado pelo pai). Lá, ele descobre a animação e desde então persegue o seu sonho.


Anos se passam, e o agora jovem Walter foi para a guerra — não lutou na guerra, mas dirigiu a ambulância da Cruz Vermelha. Ao retornar, consegue trabalho em um pequeno estúdio de animação. É dispensado, daí decide montar o seu próprio estúdio. Chama um amigo que conheceu no antigo trabalho, depois alguns jovens entram na nova empreitada. As coisas começam a dar certo, pede um empréstimo, vende animações a preço de custo (não era um bom negociante, vale ressaltar), e chega um momento crítico em que tudo dá errado. O dono do cinema da cidade não quer comprar mais as animações, o estúdio que havia contratado mais algumas animações entrara em falência, enfim, entra no vermelho e chega a ser expulso de onde morava, até mesmo do próprio estúdio. Os amigos não podiam trabalhar de graça, e assim o abandonam. Chega a passar fome, juntamente com um ratinho de estimação. Esse ratinho serviria de inspiração anos depois.


Walter vê o seu sonho desmoronar, e decide ir à Los Angeles. Chegando lá, começa a visitar os estúdios de cinema e começa a observar. Decide, mais uma vez, abrir um estúdio de animação. Porém, dessa vez, não cometeria o mesmo erro. Focaria apenas no que ele melhor sabia fazer, e deixa a parte financeira com o irmão. Chama os antigos amigos e seu sonho parece trilhar no caminho certo. Começam a criar uma animação de Alice no país das maravilhas e um grande estúdio se interessa. Mas ao vender as animações, também vende o direito autoral sem ter consciência de tal coisa. É mais um baque para o sonhador Walter, que se vê refém do grande estúdio. Mais uma vez tudo vem por terra, e parece que não há mais chances para Walt. Se não fosse a sua jovem noiva, que contratara para trabalhar com ele e se apaixonara desde o primeiro momento, provavelmente não existira Walt Disney.


Queda após queda, a força de lutar pelo grande sonha da sua vida só aumentou. Apesar dos momentos de crise, em que não acreditava em si mesmo, as dificuldades só o fortaleceram. Depois de muitos nãos, muitos fracassos, veio a ideia do Mickey (nome dado pela noiva, que também sugeriu uma namorada para Mickey). E enfim o sucesso chega, o sonho se realiza, e o mais importante: não guarda rancores daqueles que foram seus algozes. Um filme bonito, que passa a mensagem de que não devemos desistir dos nossos sonhos, que com trabalho árduo e muita confiança tudo dará certo no final.

Comentários

  1. Também gosto de biografias, valeu pela dica.

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