O Homem Revoltado é um livro
bastante complexo. Para quem nunca leu Albert Camus, a leitura dele não é muito
recomendada. Camus faz uma investigação na História e analisa quando surgiu
este tipo de homem, o que se revolta. E com a revolta, as consequências que
seguiram. O homem revoltado é aquele que não aceita o mundo como ele é. Não aceita
a sua condição de escravo, pois o mundo está dividido entre escravos e
senhores. Mas há vários tipos de revoltas, e todas elas levam para o niilismo.
É difícil escrever
sobre este livro, pois como já havia escrito, é complexo. Mas por que o século
XX foi um século onde a revolta atingiu seu auge, e com ela, toda uma série de
assassinatos tanto individualmente quanto coletivamente? Aqueles que pretendiam
lutar por um mundo mais justo, aboliam a justiça para poder dominar sobre os
povos e só depois implantar a verdadeira justiça na terra. Deus, para eles, foi
destronado e assassinado em suas ideias, e agora o homem aspirava ao lugar outrora
ocupado pelo divino. Destrói-se assim a noção do divino entre os homens.
“A revolta, em todo o caso, só podia fornecer-nos as suas razões ao cabo de uma pesquisa sobre as suas atitudes, pretensões e conquistas. Em suas realizações talvez se encontrem a regra de ação que o absurdo não conseguiu nos oferecer, uma indicação pelo menos sobre o direito ou o dever de matar, a esperança, enfim, de uma criação. O homem é a única criatura que se recusa a ser o que é. A questão é saber se esta recusa não pode levá-lo senão à destruição dos outros e de si próprio, se toda revolta deve acabar em justificação do assassinato universal ou se, pelo contrário, sem pretensão a uma impossível inocência, ela pode descobrir o princípio de uma culpabilidade racional.”
Fazendo duras críticas
ao socialismo tanto científico como o autoritário, o socialismo de Marx, Lenin
e Stalin, mas também tecendo críticas ao capitalismo, chegamos à conclusão de
que o ideário de uma sociedade plenamente justa, sem classes, em total
harmonia, não existirá aqui na terra. É o futuro devir, futuro este ao qual os
homens revoltados, que têm algo de nobre em seus corações [ou não], sacrificam
tudo para que ele se concretize. Não importa se escravizando ainda mais aqueles
que prometeram libertar, para quando o futuro chegar, e se chegar, eles sejam
livres. Também sacrificavam a si mesmos, aceitando a justiça pela injustiça do
assassinato cometido, e assim criando uma justificativa para o assassinato. Se as
leis são injustas e nada faz sentido, então tudo é permitido e assassinar
tornou-se a lei.
A exemplo destes homens
revoltados, tipo este composto por aqueles que são demasiadamente solitários e
suportam as dores do viver, aprendemos a desconfiarmos dos nossos intentos mais
sinceros, pois o coração do homem é enganoso. Quiçá, tendencioso. Pois o mal
pode transmutar-se em bem, e o bem em mal se este estiver a serviço da revolução,
da revolta. É aqui que Camus explica o conceito do absurdo. Uma leitura densa,
que requer muita atenção.
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vivificante. como ´=e bom, e fortalecedor ler por outra pessoa. etc,
ResponderExcluirEstou pensando DM ler esse livro, mas também estou em duvida pois já li algumas obras de Camus e realmente são complicadas
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