“Me assustei para
valer, e eu não sou nada fácil de assustar”, diz Stephen King sobre este livro.
Confesso que fiquei com medo, e até posterguei a leitura. Mas acabei encarando
o desafio e dei início à leitura. Bem, é assustadora! Até certo ponto, pois depois
tudo começa a ficar meio perdido. Sim, a história é sobre a (não?) possessão de
Marjorie, filha mais velha de pais à beira de uma ruptura familiar e irmã de Merry, a irmã mais nova e pela qual sabemos como tudo aconteceu. Como o pai de
Merry estava desempregado e com toda a situação assombrosa em casa, o padre
Wanderly convence-o a transformar o drama familiar em um programa de televisão,
A Possessão. Com este programa a família voltaria a ser próspera, mas o quanto
vale a pena expor a família para todo o público?
Quem nos leva ao
passado é a Merry já adulta, que concede entrevistas a uma autora que irá
escrever sobre tudo o que aconteceu com a sua irmã, e como se deu as filmagens
do programa mais assustador da época. Desenterrando alguns fantasmas do
passado, ela agora pode enfrenta-los e tentar prosseguir com a sua vida. Mas o
que percebemos é o quanto tudo isto foi traumático para ela. Não poderia ser
diferente. Ela, na época uma criança, vê a irmã mudar e começar a ter
comportamentos esquisitos e assustadores, a fazer coisas humanamente
impossíveis e a transformar a vida de todos em um inferno. Mas o que não
entendo é a afirmação dela de não acreditar que o que aconteceu com Marjorie
tenha sido algo como uma possessão demoníaca. Será que Merry fantasia de que
tudo não passou apenas de uma encenação da parte da irmã? Que estava apenas
querendo chamar a atenção e ajudar os pais a saírem de uma crise financeira?
Sim, caro leitor, você
irá enfrentar alguns pesadelos e relembrar de filmes clássicos do gênero –
quase impossível isto não acontecer com todas as referências que são citadas no
livro, como O Exorcista, Invocação do Mal, etc. Mas não sei se acabei criando
grande expectativa que, ao avançar da história foi se diluindo, achei numa
escala de 0 a 10 o nível de terror, uns 5, talvez. Por que a maioria dos livros
em que autores consagrados costumam dar uma rápida opinião do tipo “Me assustou
para valer” acaba sendo tão falsa? Senti mais medo lendo o último conto do King
em Quatro Estações do que este “Na escuridão da mente” do autor Paul Tremblay.
Desculpem decepcioná-los, mas ainda assim a leitura assusta nas primeiras cem
páginas, e assusta muito. Mas como um todo, acaba sendo fraco.
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