No primeiro
volume das Crônicas da Família Iremonger, um mundo totalmente sombrio é
apresentado ao leitor. Temos a narrativa de Clod Iromonger, um dos vários
Iremonger que moram em Heap House, uma mansão enorme construída com várias
partes de vários lugares de Londres. O pano de fundo da história é o século
XIX, e a crítica chegou a comparar o livro como “uma encantadora mistura de
Charles Dickens com Lemony Snicket.” Sim, algo me fez lembrar Davidd
Copperfield. As ilustrações dão um tom ainda mais sombrio, e tudo fica mais
esquisito e interessante ao virar das páginas. Os Iremonger moravam nos
cúmulos, em Forlichigam, Londres. Os cúmulos são como os nossos lixões, por
assim dizer. Só que os lixões que conhecemos não ganham vida própria, como o
dos cúmulos...
Cada Iromonger
possui um objeto de nascença. O leitor pode estranhar, pois é realmente estranho.
Não consegui achar alguma explicação plausível para tais apetrechos, que para
as personagens é como se fosse um pedaço de suas almas. Mas já no fim da
história, tudo se esclarece e entendemos o porquê dos objetos murmurarem nomes
pessoais. Clod, o nosso protagonista, ouve os objetos. Eles sussurram nomes,
como já havia escrito, e depois começam a falar outras coisas. É como se cada
objeto tivesse uma vida que fora roubada de si. Talvez seja isso mesmo. Lucy
Pennant é a outra protagonista, e junto com Clod, irá se aventurar pela mansão
Heap House.
Os dois,
completamente distintos um do outro, se conhecem e o inesperado acontece. Ele,
um puro-sangue, se apaixona pela empregada, uma Iremonger simplesmente. Já
Lucy, órfão e não tão fácil de ser enganada, começa a desconfiar que há algo de
errado naquela família. Juntos, os dois descobrem o segredo da casa e da
família, e tomam uma decisão radical. Sair de Heap House e se aventurar lá
fora, nos cúmulos. Mas, como toda história sombria, não há final feliz aqui.
Apesar de alguns capítulos não serem tão relevantes, e de que o autor prolongou
demais a história, os personagens e a trama são bastante divertidas. Para os
mais jovens, um prato cheio.
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