Para solucionar uma série de crimes na Cidade Olímpica, o detetive Andrade, de um humor inteligente e ácido, com a ajuda de sua assistente, a inspetora Lurdes, seguirá as pistas deixadas pelo criminoso e se envolverá nas mais engraçadas situações. Uma leitura divertida, que abandona o politicamente correto – e por isso, talvez, alguns leitores se chocarão com esse detetive inteligente e engraçado. Andrade foi escolhido pelo secretário do governo para ser a autoridade policial olímpica, o que deixa o detetive feliz pelo reconhecimento de seu trabalho. Mas ao chegar ao seu novo local de trabalho, a Cidade Olímpica, percebe que ali a lei não tem muita importância. E como homem da lei, fará o possível – e até o impossível – para que a lei prevaleça. Lida com pessoas orgulhosas, que desejam mais e mais o poder e que não hesitarão para que o Brasil alcance o recorde de medalhas – e isso inclui envenenar os principais adversários dos atletas brasileiros.
E é esse caso que o detetive procura esclarecer, mas que não será fácil. Uma atleta africana é picada por uma vespa e sai da competição, depois a delegação russa passa mal e um halterofilista é morto e depois uma atleta americana, episcopal, é pega no antidoping – todos esses casos estranhos despertam no detetive o sinal de alerta para algo sujo. Quem seria o responsável por todos esses “acidentes” aos principais adversários dos brasileiros? Como provar que havia uma conspiração para que o Brasil batesse o recorde de medalhas, mesmo que à custa de uma grande sabotagem? A essas perguntas Andrade tem as respostas.
★★★★ |
Em
um Brasil assolado pela criminalidade, esse papo de esporte como salvação dos
jovens não passa de uma utopia para o detetive. Politicamente incorreto como é,
choca as autoridades organizadoras das Olimpíadas com suas opiniões sinceras e,
convenhamos, com um fundo de verdade. Em um tempo onde todos são considerados
racistas, xenófobos, opressor, o detetive Andrade é tudo isso e muito mais –
para o politicamente correto. Mas se o leitor não for um desses que se doem e
levam tudo a sério, em uma espécie de hipersensibilidade, irá rir alto com as
pérolas do detetive.
A importância disso aqui é nenhuma. A população não vai comer mais ou dormir melhor porque houve uma Olimpíada. Além do mais, o sucesso dela só vai desviar nossa juventude do estudo e do trabalho, para uma vagabundagem institucionalizada. (p. 117)
Publicado
pela editora Oito e Meio, “Investigação Olímpica” é um livro para fazer o
leitor se divertir e sair um pouco desse mundo chato e de um forte policiamento
do pensamento. Não conhecia ainda o Fernando Perdigão, mas darei atenção aos
seus livros já publicados por outras editoras. O detetive Andrade faria um
barulho enorme se realmente existisse, o que lamento profundamente não ser
verdade. Às vezes a ficção é mais realista do que a própria realidade.
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