Misturando teorias de
conspiração e um humor ácido, típico do Umberto Eco, O Pêndulo de Foucalt
é intrigante e profundo. Com uma linguagem que,
a princípio, deixa o leitor que está desacostumado com leituras mais, digamos,
intelectuais, confuso e sem entender coisa alguma. Nos primeiros capítulos o
narrador Causabon reflete sobre o Pêndulo, em uma narrativa que, embora seja
magistral, de difícil compreensão. Essa é o primeiro livro do Eco que leio e
possa ser exatamente por ser o primeiro que me senti tão confuso. Mas as coisas
já fluem melhor na segunda parte e daí se dá uma narrativa brilhante, repleta
de humor e teorias conspiratórias, além de uma reflexão sobre a esquerda de
Milão e os encontros dos intelectuais no Piladé, um bar onde todas essas
figuras se reúnem para beber, se divertir e organizar protestos contra os “fascistas”.
★★★★★ |
Causabon, Belbo e
Diotallevi são os personagens centrais. Os dois últimos trabalham em uma
editora, e o primeiro está trabalhando em uma tese sobre os Templários. Nas
primeiras partes sabemos que Belbo sumiu, mas deixou um arquivo com todas as
informações sobre o Plano. Para Causabon descobrir qual a senha do Abulafia,
ele faz várias reflexões profundas e quando tem, finalmente, acesso ao
Abulafia, descobre textos que Belbo havia escrito em forma de diário e revive
os momentos ao lado de Belbo e Diotallevi.
O livro é extenso, mais
de seiscentas páginas, profundo e complexo. Requer do leitor toda a atenção,
principalmente daqueles que nunca leram algo mais intelectual e filosófico.
Sim, é bastante filosófico e isso pode deixar a leitura mais deliciosa. Eu
gosto de livros que me fazem refletir, que me tiram da zona de conforto. Que me causa inquietação. Principalmente os
diálogos entre Belbo e Causabon, são os mais profundos. Para quem tem interesse
nos Templários, aqui está um prato cheio. Mitos, lendas, sociedades secretas. Não
me estenderei muito nessa pequena resenha, pois é preciso ler mais uma vez para
poder absorver todo o conteúdo, informações, teorias e etc. Creio que fui muito
vago no que escrevi, mas fiz assim de forma que deixasse de forma mais clara
possível para os leitores do que se trata O Pêndulo de Foucalt.
Mais:
Casaubon, Belbo e Diotallevi são redatores da
editora Garamond, na Milão do início da década de 1980. Cansados da leitura e
releitura de incontáveis manuscritos de ciências ocultas, eles acabam
encontrando indícios de um complô que teria surgido em 1312 e atravessado,
encoberto, toda a história do planeta até o fim do século XX. Os agentes e
beneficiários dessa trama secreta seriam os templários e os rosa-cruzes, cujo
objetivo maior era dominar o mundo. Em O pêndulo de Foucault, Umberto Eco
aborda questões contemporâneas como a emergência do irracionalismo high-tech,
as síndromes do final do milênio, o mundo dos signos e os segredos da História.
Aliando a tudo isso muito suspense, ocultismo e crimes misteriosos, Eco é ao
mesmo tempo erudito e bem-humorado.
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