A história é dividida
em quatro partes e em cada delas o protagonista avança em direção à loucura. Na
primeira, com a separação dos pais, o irmão do narrador-personagem entra em seu
próprio mundo e não vive mais no mundo real. O primeiro passo para a loucura de
J. estava sendo dado ali mesmo, quando o seu irmão criava histórias de guerras
e ele meio que se envolve com tudo aquilo. Na segunda e na terceira partes
vemos que o protagonista já não está lúcido, o que deixa o leitor sem saber o
que realmente está acontecendo. Os delírios – seriam delírios? – envolve o
leitor em uma história que aborda a loucura e a normalidade, a vida e a morte.
Seríamos todos loucos?
A noite cobre o céu com sua manta escura salpica-da de estrelas longínquas, e um silêncio incômodo vai aos poucos invadindo os ambientes. Reluto em apagar a luz amarela e frágil do abajur. Protelo o sono o quanto posso até os olhos se fecharem sem eu me dar conta. Acordo sentado na frente de uma fogueira, com oito índios em círculo ouvindo aten-tos as instruções de como desmembrar, levar ao fogo e servir o inimigo capturado no combate do dia anterior. Os seus órgãos serão assados e dispos-tos sobre folhas de bananeira, toda a sua carne con-sumida, e os seus ossos moídos em pilão até virarem pó para ser misturado ao mel.
★★★★ |
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