Os irmãos Grimm |
Esqueça
os contos de fadas da Disney, ou qualquer um que você tenha lido na infância.
Em Outro conto sombrio dos Grimm, Adam resgata o verdadeiro sentido dos contos
de fadas: assustar. Bem, não que seja muito assustador – para nós, adultos. Mas
se for contada à crianças, sim. O autor tomou a liberdade de criar a partir dos
contos originais, datados lá do século XIX. Jack e o pé de feijão
transformou-se em Jack e Jill, e as aventuras dessas duas crianças são
perigosas e (quase) mortais.
Há gigantes rasgando a própria barriga e morrendo, cabeça aberta, duendes sendo assassinados, tentativas de homicídio (sim!), sereias confundindo garotas, pessoas sendo con-fundidas (é isso mesmo, con-fundidas; para saber o que significa o termo, só lendo o livro), sapo falante de três patas, salamandra gigante, porão feito de ossos de crianças... Bem assustador para um conto de fadas, não é mesmo?
Há gigantes rasgando a própria barriga e morrendo, cabeça aberta, duendes sendo assassinados, tentativas de homicídio (sim!), sereias confundindo garotas, pessoas sendo con-fundidas (é isso mesmo, con-fundidas; para saber o que significa o termo, só lendo o livro), sapo falante de três patas, salamandra gigante, porão feito de ossos de crianças... Bem assustador para um conto de fadas, não é mesmo?
★★★★ |
Era
comum nos séculos passados contar histórias assim. Pois ela ensinava para as
crianças que o mal existia e na maioria das vezes habitava dentro das pessoas.
E todo conto de fadas tinha como objetivo educar as crianças para não agir como
o vilão e para ser como um herói. A mensagem desses contos – e do outro conto
sombrio dos Grimm – é mostrar que sim, podemos até sofre um mal que não imaginávamos,
mas que será necessário na nossa trajetória de vida – ou de herói, como queira.
João
e Jill só começam toda essa aventura louca e impensável para as pessoas que não
possuem imaginação por que os dois querem ser o que os outros querem que eles
sejam – por isso estão con-fundido, como explica os três corvos lá pelo fim do
livro. Ao querer ser quem os outros querem que eles sejam, se sacrificam por
algo que não queriam. Se os dois se aceitassem como são e não ligassem para o
que os outros falassem – a mãe de Jill e os amigos de João, nesse caso – não
haveria duendes querendo matar os garotos, sereias querendo levar a garota para
o fundo do mar.
Na confusão de ser quem não são, as crianças correram perigo de vida – e se não fosse pela sabedoria do sapo chamado Sapo, os dois não chegariam a um final feliz. Sim, há final feliz. Mas não é como esses finais felizes em que as pessoas parecem perfeitas e que nada de ruim aconteceu.
Na confusão de ser quem não são, as crianças correram perigo de vida – e se não fosse pela sabedoria do sapo chamado Sapo, os dois não chegariam a um final feliz. Sim, há final feliz. Mas não é como esses finais felizes em que as pessoas parecem perfeitas e que nada de ruim aconteceu.
Uma
leitura fácil, divertida e um pouco sinistra – e nojenta. Adam traz o velho
significado dos contos de fadas, que é formar na criança uma imaginação moral
do bem e do mau. Embora haja muitas coisas que seriam inadequadas para
crianças, elas deveria ouvir ou ler essa história. Crianças não querem ouvir
histórias de crianças, mas histórias reais. E os contos de fadas e esse outro
conto sombrio dos Grimm é uma ótima pedida.
Adorei demais essa resenha. O livro com certeza já faz parte dos que preciso ler nesse semestre. :)
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