Em “As crônicas de medusa”, Alastair Reynolds e Stephen Baxter retomam a saga do ciborgue Howard Falcon
Na década de 70, o escritor Arthur C. Clarke – autor do
clássico “2001 – Uma odisseia no espaço” e um dos maiores nomes da literatura
de ficção científica – publicou um de seus contos mais celebrados. Em “Encontro
com medusa”, ele narra as aventuras de Howard Falcon, o capitão de uma aeronave
que sofre um terrível acidente e, para sobreviver, é transformado num ciborgue.
O texto descreve a viagem fantástica de Falcon por Júpiter, por volta de década
de 2090, e seu encontro com a misteriosa medusa.
Agora, pouco mais de 40 anos
depois, os autores Alastair Reynolds e Stephen Baxter resolveram dar
continuidade à história de Falcon. Com a autorização dos herdeiros de Clarke,
escreveram “As crônicas de
medusa”, que chega às livrarias pela Record em julho.
A história começa no réveillon de
2100, quando um navio de cruzeiro cheio de autoridades e líderes mundiais sofre
um atentado. A única chance de sobrevivência é desacoplar a bomba que não
estourou do casco do navio – mas nenhum humano tem condições físicas de
fazê-lo, nem mesmo Falcon. Um pequeno robô que servia bebidas se prontifica
para o trabalho e salva o dia. A iniciativa desperta um novo olhar dos seres
humanos para as máquinas: com um pouco mais de autonomia, elas podem ser
bastante úteis.
Nos anos seguintes, os robôs vão
ganhando cada vez mais independência, e um grupo é enviado para extrair
minerais do Cinturão de Kuiper – local remoto da galáxia onde humanos não
conseguem chegar. Primeiro ciborgue de que se tem notícia, Falcon vive em
conflito entre sua essência humana e o pragmatismo de máquina – ele é,
portanto, a principal ponte entre os dois universos. Por muito tempo ele treina
Adam, o robô mais autônomo, que supervisiona o trabalho em Kuiper.
Mas quando um acidente acontece na
usina e várias máquinas são destruídas, algo muda em Adam. Ele não consegue
salvar os colegas uma vez que o protocolo de segurança só é autorizado caso
vidas humanas estejam em perigo. Experimentando sentimentos de culpa e
arrependimento, ele desenvolve algo muito parecido com uma consciência –
situação que não foi prevista pelos humanos. O evento é o início de uma relação
bastante conturbada entre homens e máquinas, que vai se estender por alguns
séculos e terá Falcon como personagem decisivo.
Comentários
Postar um comentário