Há quem defenda que os leitores são ‘superiores’ que as demais pessoas pelo fato de lerem mais de cinco livros por mês. Por superiores, entendemos que são aqueles que se acham mais inteligentes. Mas não é bem assim. Você pode ler mais de cinquenta livros por mês, e mesmo assim ser um ignorante. O que te faz mais inteligente que a maioria — sim, é isso que quis dizer mesmo — não é apenas o fato de ler, visto que no nosso país a leitura é vista pela maioria como algo chato e entediante. É o que você lê que te torna mais inteligente. Sim, você se torna mais inteligente que a maioria pelos livros que você ler. Ou pode-se dizer que quem ler Dostoiévski está no mesmo patamar intelectual de quem lê Jojo Moyes, por exemplo? É claro que não. O leitor que lê Dostoiévski está acima — no sentido intelectual — daquele que lê Moyes. Ora, não estou afirmando que o primeiro é superior ao segundo, mas que é notório que este está em uma posição melhor tratando-se de inteligência. Moyes pode falar de romances de forma magistral, o que não tira seu mérito, mas ela não está no mesmo nível que o imortal Dostoiévski, que já foi eternizado por suas obras que passaram no teste do tempo e ainda continua atual. Mas talvez esteja sendo injusto ao comparar escritores de tempos tão diferentes.
Para exemplificar da melhor
maneira possível, voltemos para a realidade brasileira. Pode-se dizer que quem
lê os livros da Carina Rissi é tão inteligente quanto aqueles que leem Lygia
Fagundes Telles? Sei que são gêneros e estilos opostos, mas as duas estão vivas
e acredito que o exemplo é válido. Mas não adianta apenas ler Lygia, se não
perceber a essência da obra e tirar conclusões para a própria vida. Assim como
o leitor que lê Dostoiévski só por ler está fadado ao fracasso. Não adianta
apenas ler, tem que compreender o que o escritor quis transmitir com aquela
história — valores, críticas, visão de mundo e etc.
Mas alguns podem argumentar:
mas tudo não é literatura? É melhor ler
do que não ler nada. Por certo tudo é literatura, mas uma é melhor e outra
não. Para os adolescentes que estão descobrindo o mundo da leitura é mais que
recomendável ler Rowling, Moyes, Rissi, Sparks e etc. Mas conforme a idade vai
chegando, a juventude e a fase adulta da vida, é preciso nadar em águas mais
profundas e adquirir mais conhecimento. Fato. Amo Rowling, mas não sou tão
ingênuo em dizer que entre um jovem de pouco mais de vinte anos que lê Rowling
e outros escritores do gênero infanto-juvenil
é tão inteligente quanto aquele jovem da mesma idade que lê clássicos como
Hemingway, Fante, Austen e etc. Sei que preciso ler os clássicos e já estou
começando esse processo, portanto alguém que leu e entendeu os clássicos não
está no mesmo patamar intelectualmente em que estou. Em uma conversa sobre literatura,
o mínimo que poderei fazer é ficar calado e aprender com aqueles que são mais
inteligentes que eu. É preciso criar esse senso de mudança e partir para novos
gêneros, aqueles que costumávamos achar chatos, para ter uma cultura literária
de alto nível. E não falo de elitismo aqui. Todos sabem que para crescer e
amadurecer, é preciso vários processos. E certamente não será lendo livros para
entreter que você irá amadurecer. Livros clássicos ou culturais exigem o máximo de atenção e
absorção, e podemos até achar que a leitura é chata, mas depois pegamos gosto e
quando menos esperamos, já estamos lendo com prazer aqueles livros obrigatórios em
período escolar, entre outros. Antes de concluir, não estou de forma alguma desprezando os
livros de entretenimento e seus respectivos escritores, eu mesmo leio esses
livros para sair um pouco da rotina e para me divertir um pouco. Mas se você
quiser se tornar inteligente, é preciso escolher os livros que você irá ler.
Amo romances e livros de história( Brasil e Inglaterra), mas tem muita coisa que deixo de ler por falta de interessa, mas amo observar meus amigos que leram e acabo aprendendo com ele. E quando me interesso por um assunto procuro pesquisar. Hoje em dia você obitem as informações por vários meios..
ResponderExcluirObrigado pelo comentário, Fabricio!
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