Aurélio Schommer |
O Evangelho é poder,
disso todos os cristãos têm certeza. Mas há quem duvide, sempre há. Para
alguns, não passa de história da carochinha. Para outros, um livro ultrapassado
que precisa se atualizar. Mas para os cristãos, é a Palavra do Deus imutável.
Aquele que nunca muda, sempre será o mesmo. E o que a filosofia pensa sobre o
Evangelho e a pessoa de Jesus? Aurélio Schommer nos traz essa resposta, e que
pode incomodar muita gente. Principalmente os cristãos.
Dividido em dez capítulos, o livro é surpreendente. Todos sabem que o Ocidente é o que é hoje por influência do cristianismo, que surgiu com o Verbo que se fez carne — uma nova aliança com o Seu povo. Sua moral um tanto rígida construiu nações livres, com leis justas. O Evangelho também influenciou filósofos da antiguidade, para o bem e para o mal. E daí surge variantes do cristianismo, que pegam partes que interessam do Evangelho e criam suas próprias religiões — ou seitas — como o marcionismo, de Marcião. Uma religião herética, fundada a partir de passagens seletivamente retiradas do Evangelho.
Dividido em dez capítulos, o livro é surpreendente. Todos sabem que o Ocidente é o que é hoje por influência do cristianismo, que surgiu com o Verbo que se fez carne — uma nova aliança com o Seu povo. Sua moral um tanto rígida construiu nações livres, com leis justas. O Evangelho também influenciou filósofos da antiguidade, para o bem e para o mal. E daí surge variantes do cristianismo, que pegam partes que interessam do Evangelho e criam suas próprias religiões — ou seitas — como o marcionismo, de Marcião. Uma religião herética, fundada a partir de passagens seletivamente retiradas do Evangelho.
Deus é mistério,
ninguém pode explica-lo. E a filosofia tenta ter a resposta de quem é Deus,
pois esse é o seu papel. Fazer perguntas sobre a existência e tentar respondê-la,
coisa que nem sempre acontece.
De todas as representações de Deus produzidas no Ocidente, a melhor, ao meu ver, não foi escrita, foi pintada por um exímio filósofo no manuseio dos pincéis, no teto da Capela Sistina, no interior da sede da Igreja de Roma. Seu nome: Michelangelo. Quem não o conhece ou nunca vislumbrou a seção intitulada “A criação de Adão”, gravada no teto da Capela onde são eleitos os papas? Procure rever a imagem, caro leitor, pensando em Deus como metáfora do Criador com esse conceito pictórico o debate sobre Deus Existência, razão deste primeiro capítulo.
A Criação de Adão, 1511. |
★★★★ |
Cabe a reflexão sobre o
que estamos fazendo com o Ocidente, com toda patrulha do politicamente correto
e a enfática rejeição dos valores cristãos que ajudaram a fazer do Ocidente um
lugar onde todos pudessem viver de forma livre, sendo ou não cristão. Os
maiores pensadores, embora não religiosos, admitem que o Evangelho tem muitas
qualidades, como também defeitos. Mais qualidades do que defeitos, para ser
preciso. Não concordo com tudo o que o autor escreveu, mas não posso negar que “O
Evangelho segundo a filosofia” tem o seu valor, tanto filosófico como
histórico.
Quando falo de valor histórico, é por causa do resgaste da História, com a ajuda de historiadores, sobre o tema e o impacto que o Evangelho causava naqueles períodos tão longínquos. O autor sabe do que está escrevendo, percebe-se que estudou muito sobre o tema proposto. A escrita é bastante fácil de ser compreendida e há notas e referências para quem quiser se aprofundar mais e verificar o que o autor estava explicando. Para concluir, deixo para o leitor a posição de Francis Bacon sobre as pseudociências quanto aos excessos das crendices populares, que proliferavam no meio cristão (entre os séculos XVI e XVII):
Quando falo de valor histórico, é por causa do resgaste da História, com a ajuda de historiadores, sobre o tema e o impacto que o Evangelho causava naqueles períodos tão longínquos. O autor sabe do que está escrevendo, percebe-se que estudou muito sobre o tema proposto. A escrita é bastante fácil de ser compreendida e há notas e referências para quem quiser se aprofundar mais e verificar o que o autor estava explicando. Para concluir, deixo para o leitor a posição de Francis Bacon sobre as pseudociências quanto aos excessos das crendices populares, que proliferavam no meio cristão (entre os séculos XVI e XVII):
A compreensão humana não é um exame desinteressado, mas recebe infusões da vontade e dos afetos; disso se originam ciências que podem ser chamadas “ciências conforme a nossa vontade”. Pois um homem acredita mais facilmente no que gostaria que fosse verdade. Assim, ele rejeita coisas difíceis pela impaciência de pesquisar; coisas sensatas, porque diminuem a esperança; as coisas mais profundas da natureza, por superstição; a luz da experiência, por arrogância e orgulho; coisas que não são comumente aceitas, por deferência à opinião do vulgo. Em suma, inúmeras são as maneiras, e às vezes imperceptíveis, pelas quais os afetos colorem e contaminam o entendimento.
Confrontar a existência de Deus, questionar é algo que muito me atrai. Pois o que é Deus? Ele realmente existe? Porque devemos teme-lo se é pura bondade? Se Deus é um só, por que tantas religiões? Se a palavra é uma só, porque cada um interpreta a sua maneira? São tantas perguntas e dúvidas que como um simples mortal se julga capaz de responder(Lideres religiosos).
ResponderExcluirDeus foi e continua sendo insondável, não dá para limitar Deus pelas nossas ideias. Ouvi em um lugar que Deus é perguntas, e não respostas. Só saberemos como ele é de fato quando isso aqui acabar. Abraços, volte sempre!
ExcluirO livro não questiona Deus, apenas analisa as interpretações filosóficas acerca da pessoa de Jesus e do Evangelho.
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