Para quem gosta de
História, principalmente aqueles que têm interesse em entender os reais motivos
e o que de fato aconteceu na Segunda Guerra Mundial, recomendo o livro de
Antony Beevor, lançado ano passado pela editora Record. São mais de 900 páginas
de relatos históricos narrado de uma forma objetiva e clara. O autor nos leva a
dar um mergulho naquele tempo tão sombrio, e sentimos através das páginas o
terror que Hitler e Stalin causaram na Europa.
★★★★★ |
Antony, diferente de
outros historiadores, dá ênfase no destino dos soldados e civis que sofreram
durante a Guerra. São relatos pungentes e tão vívidos que faz com que os
leitores se sintam na pele daquela gente. As missões do exército alemão; a
tomada da Polônia; o crescente embate entre líderes autoritários; a derrota da
França; o modo como as autoridades competentes tratavam Hitler como um cara
louco; o pacto nazi-soviético quebrado; a guerra entre o Japão e a China, e os
conflitos e crueldades envolvidos; a entrada dos EUA para o conflito, após os
ataques sofridos nas bases militares de Pearl Harbor; os estupros cometidos
pelos soldados japoneses; e etc. Todos esses acontecimentos são narrados de
forma clara, como já havia escrito anteriormente, e logo percebermos que A
Segunda Guerra Mundial não é apenas um livro, mas um documento extenso muito
precioso, cujo informações e valor são infinitos. É uma obra para reler sempre,
para não cairmos nas falácias tão usadas nas redes sociais. Afinal, o nazismo
era de esquerda ou direita? Por que os historiadores têm sido indiferente à
Guerra Sino-Japonesa? Quando se deu início à Segunda Guerra? Beevor, através
das quase mil páginas, procura esclarecer essas questões.
“Relatos recentes da Revolução Russa e da violenta destruição de outras guerras civis na Hungria, Finlândia, nos Estados bálticos e na própria Alemanha contribuíram para o processo de polarização política. O ciclo de medo e ódio ameaçava transformar a retórica inflamada em uma profecia autorrealizável, como os acontecimentos na Espanha logo demonstrariam. As alternativas maniqueístas certamente tendem a romper o centrismo democrático baseado em acordos. Nessa nova era coletivista, as soluções violentas soavam como heroísmo supremo para os intelectuais da esquerda e da direita, assim como para os ex-soldados amargurados da Primeira Guerra Mundial. Diante do desastre financeiro, o Estado autoritário subitamente parecia ser a ordem moderna natural em toda a Europa, e uma resposta ao caos das pugnas entre as facções.” (pg. 13)
Um livro ótimo, com
toda certeza. Um tesouro para todos os amantes da História. Reconheço que fico
devendo uma resenha mais profunda, assim como o livro é, que será escrito em
outro dia. Fico devendo essa para os leitores, e quem sabe eu não faça uma
série de textos sobre A Segunda Guerra baseados nesse livro?
Antony
Beevor estudou em Winchester e na Academia Militar de Sandhurst. Tornou-se
oficial regular do 11º Regimento de Hussardos e deixou o exército depois de
cinco anos para se tornar escritor. Publicou quatro romances e seis livros de
não-ficção, entre os quais Berlim 1945 e Stalingrado. Foi vencedor dos prêmios
Samuel Johnson de Não-Ficção, Wolfson de História e o Hawthornden; The Spanish
Civil War; Inside the British Army; Crete - The Battle and the Resistance e Paris
After the Liberation, 1944-1949, este último em parceria com a mulher, Artemis
Cooper.
Comentários
Postar um comentário