Um olhar mais atento sobre os acontecimentos antecedentes à criação de Nárnia
Clives Stape Lewis, mais conhecido como C. S. Lewis, foi um importante escritor, professor, crítico literário, romancista, ensaísta e apologista cristão do século XX. Uma de suas obras mais populares em todo o mundo, sem dúvida alguma, é As Crônicas de Nárnia, que começou a ser escrita lá por volta dos anos 50 do século passado. Ao todo, foram sete livros sobre o país de Aslam. Mais de 120 milhões de exemplares vendidos, traduzido em mais de 30 línguas, e adaptado para o cinema duas vezes. C. S. Lewis inspirou a escritora J. K. Rowling a criar seu mundo mágico de Harry Potter; Philip Pullman (A Bússola de Ouro) e Eoin Colfer (Artemis Fowl) também foram influenciados pelo britânico.
Hoje escrevo um pouco sobre o primeiro livro, em ordem cronológica, das Crônicas de Nárnia. Me refiro ao livro O Sobrinho do Mago, que narra a descoberta de Nárnia. Digory Kirke e Polly Plummer se conhecem através do muro que separava suas casas. Eles viviam no tempo em que Sherlock Holmes vivia em Londres, é o que nos explica o narrador no começo da história. Narrador esse, presumo, seja o neto de Kirke.
Naqueles tempos, Sherlock Holmes ainda vivia em Londres e as escolas eram ainda piores que a de hoje.As crianças moravam naquelas casas que ficam coladas umas nas outras, formando uma enorme fileira. Polly, ao olhar para o muro se depara com um menino todo sujo, que estava chorando, pensava. Os dois se conhecem. Digory realmente estava chorando, e ali começam a amizade dos dois. O menino fala algo sobre o seu tio André, e que ele é meio esquisito. As aventuras das crianças começaram em casa mesmo, pois Polly havia descoberto uma portinha no sótão de sua casa que dava para uma caixa-d’água e um lugar escuro. Esse lugar era um túnel, que passava por todas as casas, e então decidiram andar pelo túnel escuro que não tinha assoalho, por isso tinham que pular de viga em viga, até descobrir uma portinha, do lado direito, que tinha um puxador. Abriram, e viram um quarto todo mobiliado, afinal, a casa tinha gente (pois pensavam que ninguém moravam na casa depois da de Digory). Entraram, viram estantes com livros, uma lareira crepitando, uma poltrona e uma mesa grande, e em cima da mesa, havia uma bandeja de madeira com anéis verdes e amarelo, separados em pares, sempre verde e amarelo. O tio André se virou da poltrona e surpreendeu as crianças. Ele era muito esquisito, e veio com um papo estranho. Não deixaram as crianças saírem do quarto, pois ali estava a sua grande oportunidade. Tio André se dizia ser um feiticeiro, o último da família que possuía sangue de fadas. Digory e Polly acharam que ele estava ficando louco. Vendo o interesse da garota pelo anel, o tio de Digory oferece um para ela. Polly queria o verde, mas o tio disse que não, e ela pegou o amarelo. Mal tocou no anel e sumiu; Digory ficou boquiaberto, e com raiva também. Seu tio fez sua amiga desaparecer! O garoto começou a falar coisas não muito boas para o tio, e ele tentou se justificar. Era um grande feiticeiro, e tinha que sacrificar coisas para obter um resultado, assim como os cientistas faziam.
Depois de explicar ao sobrinho a sua descoberta, e a história de sua madrinha, que lhe entregou uma caixa e pediu, antes de morrer, que o afilhado queimasse a caixa quando ela morresse, e que ele não tinha cumprido a promessa, e descobriu o que tinha dentro da caixa, um pozinho muito fino, e mágico. A caixa era de uma civilização muito antiga, mais antiga que a Atlântida. Pois bem, o anel amarelo levaria para outro mundo, não esse mundo, mas outro, com outro universo, outras criaturas. E o verde traria de volta para o nosso mundo. Digory se viu em uma situação nada boa, pois teria que usar aqueles anéis para trazer Polly de volta, e com um pouco de medo, fez isso. Ao tocar no anel amarelo, sentiu algo lhe puxando para cima, e puxava cada vez mais, até sair de um lago e cair do lado de fora. Por um momento esqueceu-se de onde veio e o que estava fazendo ali. Era uma sensação estranha, de como já pertencesse àquele mundo desde sempre. Viu uma garota deitada, e tentou se lembrar quem era ela. Depois de algum tempo, os dois se lembraram do tio, dos anéis e do outro mundo. Digory se lembrou do anel verde que levaria de volta para Londres. Mas ele não queria voltar para casa sem antes explorar outros mundos. O lugar tinha vários lagos, e ele pensou que, cada lago levaria para um mundo diferente. Um bosque entre dois mundos. Convenceu Polly, depois de testar os anéis verdes, a explorar outros mundos. Pularam juntos, de mãos dadas, no lago, e foram parar em Charn. Antes, há algo sobre os anéis que queria descrever aqui:
A matéria-prima de que eram feitos ambos provinha do bosque. O material dos anéis amarelos tinha o poder de conduzir ao bosque; era matéria querendo retornar às origens. Mas a matéria dos anéis verdes, pelo contrário, estava querendo evadir, sair de seu próprio mundo; assim, um anel verde levava do bosque para um mundo qualquer.
Física, pura física. O mundo em que estavam, diferente daquele anterior, era sem vida; havia um silêncio mórbido. A luz não era nada parecida com a luz do sol. A luz era tristonha, meio avermelhada, nada comunicativa. Digory e Polly acharam aquele mundo muito estranho; andaram pelos pátios vazios, passaram por arcos, salões menores, até chegar ao que parecia ser o salão principal. Sentados em cadeiras, várias criaturas mais altas que as humanas, estavam imóveis como estátuas. Eram os nobres de Charn. Andaram mais um pouco, e viram outras criaturas, mas estas pareciam amedrontadoras, suas faces expressavam orgulho. E viram, por fim, uma mulher mais alta que as outras, e mais assustadora, e bela ao mesmo tempo. Viram em uma coluna, um arco e um sino de ouro, e algo escrito abaixo:
Ousado aventureiro, decida de uma vez: Faça o sino vibrar e aguarde o perigo; Ou acabe louco de tanto pensar: ‘Se eu tivesse tocado, o que teria acontecido?’
Aqui vemos a primeira consequência das escolhas; tocar ou não tocar o sino? Por muitas vezes somos deparados com situações parecidas com a do sino: fazer ou não fazer? Ir ou não ir? Ficar ou não ficar? Aceitar ou não aceitar? Digory, temendo ficar louco, toca o sino. Pois o tocar do sino despertaria o mal; e a rainha de Charn, Jadis, foi despertada de seu sono. As crianças logo descobrem que a rainha não era boa. Tinha pronunciado, explicou para as crianças, a Palavra Execrável, levando o reino de Charn ao fim, e a única que não morrera, fora ela. Agora Jadis queria ir para o mundo das crianças, queria governar lá. E depois de explicar tudo isso, vou ser mais breve.
As alegorias na narrativa são nítidas, só basta ler com muita atenção para perceber as referências que Lewis estava mostrando ao leitor. É uma obra que tem por significado o Cristianismo. Veja bem, Jadis é uma figura dos ditadores de nosso tempo, do nosso mundo (ou quem sabe, até mesmo do próprio diabo?). Digory, sem querer, libertou o mal que afetaria Nárnia. Isso te faz lembrar de algo? Ao voltar para Londres, a rainha vem junto, e quando chegaram ao Bosque entre dois mundos, Jadis fica fraca, mas ao chegar em Londres, sua força volta, mas o seu poder mágico não. Depois de causar uma confusão, ela e o tio André tinham saído pela cidade para almoçar, mas a rainha roubou joias, bateu em policiais, até que Digory decidiu tocar nela e leva-la de volta para o seu mundo. Chegando lá, percebeu que tio André, o Cavalo e o Cocheiro também tinham vindo, além de Polly. “Que confusão” falou para Polly. Depois de mais um tempo de discussão, tio André querendo que os dois voltassem sozinhos para Londres, pularam em um lago. Escuridão total, o cocheiro até cogita estarem mortos, e diz:
E começou a cantar um hino de ação de graças falando em “boa colheita”. As crianças também cantaram, o que presumo que Digory e Poly, eram de famílias cristãs. As alegorias até aqui não são muito presente, mais lá para frente, com a criação de Nárnia, e com Aslam, podemos ter uma ideia mias clara sobre isto. Mas falaremos sobre a criação de Nárnia em outro artigo.
E se a gente morreu – pode ter acontecido – tinha mesmo de morrer um dia. Quem levou uma vida direita, não precisa ter medo, é ou não é? Se querem saber minha opinião, o jeito agora é cantar um hino da igreja.
E começou a cantar um hino de ação de graças falando em “boa colheita”. As crianças também cantaram, o que presumo que Digory e Poly, eram de famílias cristãs. As alegorias até aqui não são muito presente, mais lá para frente, com a criação de Nárnia, e com Aslam, podemos ter uma ideia mias clara sobre isto. Mas falaremos sobre a criação de Nárnia em outro artigo.
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