Caco Barcellos é um repórter muito respeitado e prestigiado no meio jornalístico. Com suas matérias surpreendentes e suas histórias que revelam um Brasil injusto, ele investigou e denunciou a atuação irregular da Polícia Militar. No livro Rota 66 - A História da Polícia que Mata, Caco nos leva a uma leitura muito envolvente, sobrecarregada de fatos e emoções. O livro-reportagem nos mostra como os policiais militares eram cruéis naquela época de 1970-90, uma minoria é verdade, mas que causou muita revolta e dor em milhares de famílias. A equipe da Ronda Ostensiva Tobias Aguiar, mas conhecida como Rota, já era reconhecida por a polícia que mata. Em patrulhas pela cidade da grande São Paulo, a Rota procurava qualquer suspeito para praticar uma justiça da qual eles se gloriavam, que era a de matar criminosos altamente perigosos. Mas, ao ler o livro essa justificativa cai por terra, pois os PMs executavam só moradores de favelas, sendo eles negros ou pardos. Ao avistar qualquer civil suspeito, uma perseguição violenta se iniciava, como foi a do caso em que a Rota executou três jovens ricos, só pelo fato de uma suspeita de que os rapazes estavam com um carro roubado. Nesse caso, mais de 15 viaturas foram envolvidas na perseguição de três rapazes dentro de um fusca que pertencia ao Noronha, um dos jovens executados. Com fuzis nas mãos, os PMs mataram a sangue frio os garotos que já tinham se entregado e que eram inocentes. Porque as vítimas pertenciam a alta sociedade, esse caso foi amplamente divulgado pela mídia, onde um processo foi aberto para julgar os envolvidos na morte dos garotos que resultou na inocência de todos eles. O caso ficou reconhecido como Rota 66. Indignação total, era o que eu sentia ao ler cada capítulo. Pois através de uma narrativa brilhante pude presenciar todos os crimes que os PMs cometeram. Sabe quando você fica tomado por um desejo de justiça? Então, é assim que me senti. Quando um dos PMs foram expulsos ou mortos, cheguei a festejar! Um trabalho maravilhosamente investigado, que durou anos, com a insistência de um jornalista com o desejo de revelar a verdade e ver os PMs da Rota sendo acusados e expulsos da Polícia Militar. Caco passou 5 anos pesquisando e investigando, fazendo loucuras, como por exemplo passar um ano trabalhando em uma sala cheio de vidros com pedaços de corpos no IML, vendo fotos dos corpos e checando todos os arquivos do IML para montar um Banco de Dados.
No período de 70 à 92, os PMs da Rota mataram mais de 4 mil civis cruelmente, torturando-os e depois os executando, com um tiro na cabeça, ou na boca na maioria das vezes. Sempre simulavam um tiroteio, e levavam os mortos para o hospital dizendo que estava prestando socorro, só para não haver suspeitas contra eles. Sempre, sempre o culpado da morte eram os próprios mortos. No Banco de Dados, Caco percebeu que mais de 50% dos mortos eram inocentes, trabalhadores e moradores de periferias. A Polícia que mata por onde passava causava pânico, horror de serem abordados pela Veraneio, viatura de cor cinza que passava desapercebida no escuro das noites de São Paulo. De fato a Rota era um grupo de extermínio que era amplamente incentivado pelas autoridades. Só para se ter uma clara ideia de como Caco retratou brilhantemente esses fatos, investigando muito e dando origem a um livro-reportagem, Rota 66 levou o Prêmio Jabuti de 1993 e foi muito bem recebido pela crítica e pelo público.
Logo no primeiro capítulo, sabemos como foi a infância de Caco Barcellos: morava em uma periferia, e vendia amendoins. Em uma noite, o Dr. Barriga (delegado) e seus subalternos perseguiram ele e seus amigos, o que nos mostra que Caco sabe muito bem como é a vida dos moradores da periferia e como a polícia os tratam. Para aqueles que amam o jornalismo, que aspiram a ser jornalistas ou que gostam de ler fatos reais e denúncias, esse é uma leitura obrigatória.
Título: Rota 66 - A Polícia que Mata
Editora: Record
Autor: Caco Barcellos
Avaliação: ★★★★★
Sinopse: Vencedor do prêmio Jabuti de 1993, ‘Rota 66 – A história da polícia que mata’ é uma rigorosa investigação sobre o trabalho da Polícia Militar de São Paulo entre as décadas de 1970 e 1990. Nele, Caco Barcellos, um dos mais prestigiados jornalistas brasileiros, denuncia a atuação irregular da Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar (Rota) como um verdadeiro aparelho estatal de extermínio. Um esquadrão da morte responsável pela morte de milhares de pessoas. A maioria delas inocente. O livro parte das origens da criação de um sistema mortal de extermínio, demonstra seus métodos, desvenda sua consciência. Caco denuncia seus métodos de atuação e mostra como o sistema incentiva esse tipo de ação. Resultado de um rigoroso processo de investigação jornalística, este livro emblemático assume proporções de uma grave denúncia social. Armado de dados incontestáveis que surgiram de um trabalho de pesquisa de cinco anos, Barcellos desmonta as engrenagens da Rota e o perfil de seus principais matadores.
Sinopse: Vencedor do prêmio Jabuti de 1993, ‘Rota 66 – A história da polícia que mata’ é uma rigorosa investigação sobre o trabalho da Polícia Militar de São Paulo entre as décadas de 1970 e 1990. Nele, Caco Barcellos, um dos mais prestigiados jornalistas brasileiros, denuncia a atuação irregular da Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar (Rota) como um verdadeiro aparelho estatal de extermínio. Um esquadrão da morte responsável pela morte de milhares de pessoas. A maioria delas inocente. O livro parte das origens da criação de um sistema mortal de extermínio, demonstra seus métodos, desvenda sua consciência. Caco denuncia seus métodos de atuação e mostra como o sistema incentiva esse tipo de ação. Resultado de um rigoroso processo de investigação jornalística, este livro emblemático assume proporções de uma grave denúncia social. Armado de dados incontestáveis que surgiram de um trabalho de pesquisa de cinco anos, Barcellos desmonta as engrenagens da Rota e o perfil de seus principais matadores.
Oii,
ResponderExcluirAmei seu texto!
Comecei ler esse livro uma vez mas não consegui terminar, era da biblioteca e precisei devolver.
Lembro que gostei muito do que li. Gosto muito do trabalho do Caco Barcellos, seja escrito ou televiso.
Abraços,
Jéssica - Coração Leitor
Allenylson, sou muito fã de livro jornalistico e amei sua resenha. Esse livro estava na minha lista de leitura faz muito tempo, mas com seu texto fiquei muito mais empolgada em ler. Sou muito fã do Caco por causa do programa Profissão repórter, ele é realmente um excelente profissional.
ResponderExcluirBjo,
Boo Nina
http://www.rascunhocomcafe.com/2015/03/caixa-de-passarosum-historia-sobre.html#.VQsHU47F9NM
Ola All! Não conhecia o livro mas com certeza já entra para minha meta, gosto muito de livros jornalísticos e escrito pelo Caco Barcelos então deve ser super interessante, dica anotada.
ResponderExcluirBEIJOSSsss...
sonhos de leitor
Livros com uma pegada mais jornalistica não são muito o meu foco de leitura, mas já haviam me recomendado o livro.
ResponderExcluirhttp://laoliphant.com.br/
E o mais chocante é imaginar que outras milicias policiais continuam por ai fazendo o mesmo de sempre, exterminando pobres que ousa estar na hora errada e lugar errado, o caco barcelos é um excelente profissional e nem acho que ele deva ficar muito mais tempo a frente daquele projeto na globo não, se ficar eu acho que ele estará desperdiçando talento . bjss amei a resenha muito bom ler algo assim.
ResponderExcluirhttp://florroxapoemasepoesias.blogspot.com.br/
Eu gostei desse livro porque ele explica determinante mente como a policia é, isso me choca, porque tipo só porque uma pessoa esta em um lugar errado em hora errada,já é motivo de suspeito, só porque é pobre . Em que mundo vivemos né mesmo ? Caco Barcellos merece um Oscar, por escrever esse tipo de livro ( Minha opinião )
ResponderExcluirhttp://garotinhaadolescentea.blogspot.com.br/
Achei sua resenha sensacional!
ResponderExcluirNão conhecia o livro, achei a premissa muito interessante, quero lê-lo em breve!
Beijos!
http://www.deixaela.com/
Olá!!!
ResponderExcluirA sua resenha ficou ótima. Muito bem escrita mesmo. Porém tenho uma angústia de ler livros assim. =( Fico nervosa, sei lá. Mas acho esse tipo de trabalho maravilhoso, e deu pra ver que o autor teve muito trabalho com dados e com as histórias. Mereceu o prêmio Jabuti. =D
http://meninadeparis.com
Beijos
Fique com Deus
Dayana
olá, muito bacana sua resenha, bem explicadinha ... eu não curto livros assim, ainda mais de assuntos tão sérios ... mas sem dúvida é um livro muito rico, com muita informação. Quem se interessa no assunto deve ler. beijos
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