Pular para o conteúdo principal

Ensaio sobre a Cegueira - José Saramago | Crítica do Filme


Logo no início do filme um motorista japonês diz ter ficado cego, isso em meio ao trânsito. O sinal abre e ele continua lá parado. Buzinas soam, e o carro permanece parado. Os pedestres se aproximam para ver o que aconteceu. O motorista diz ter ficado cego. Então um homem o ajuda a leva-lo em casa, mas esse homem é um ladrão e rouba o então cego. Junto com a esposa, eles vão ao médico para saber o que aconteceu. O médico alega não ter nada de errado e o recomenda ir a outro hospital.

Na manhã seguinte ele (médico) também fica cego. Uma mulher que estava na fila do consultório no dia anterior também fica cega. O ladrão após ser preso fica cego. Boom. Uma epidemia de cegueira surge na cidade, levando o governo a pôr os infectados de quarentena em um sanatório abandonado. A mulher do médico vai com o esposo mesmo sem estar cega. Pouco a pouco vai chegando mais pessoas até o local ficar lotado. É aí que começa o problema: várias pessoas cegas para fazer tudo sem a ajuda de ninguém (a única ajuda é a da mulher do médico), e em pouco tempo o local fica sujo e desorganizado. Fazem suas necessidades onde acham que é para fazer, não tomam banho direito, mal se alimentam. É então que um cara se intitula o rei da ala 3 e decide botar o terror.

A pouca comida que chega agora está sob o domínio do rei da ala 3, e ele faz uma proposta: dinheiro ou joias por comida. As joias se acabam e ele tem outra proposta: mulheres em troca de comida. As mulheres da ala 2 se voluntariam, a começar pela mulher do médico. Absurdos acontecem com elas e ela nada faz, porque ela é a única que pode fazer alguma coisa porque ela consegue ver. Mas nada faz, até que uma das mulheres é morta.

Os personagens são bem construídos e bem preparados. Ver Alice Braga atuando cega é de tirar o fôlego, tal qual beira a perfeição a sua atuação. Digo que este filme é o meu favorito porque ele me fez entrar no conflito daqueles personagens, a vibrar com eles e a entrar em pânico com eles. E no final do filme, a ter esperança de dias melhores. Saramago deixa uma pulga atrás da orelha da gente quando o filme acaba.


O drama é dirigido por Fernando Meirelles e é uma produção brasileira-canadense-japonesa. E tem no elenco Alice Braga, Mark Ruffalo e Julianne Moore. O filme é uma adaptação do livro de mesmo nome de José Saramago, o qual estou ansioso para ler.

Opinião: Depois de assistir a presente obra, valorizei ainda mais minha visão. Durante o desenrolar do drama você fica se perguntando: e se isso acontecesse comigo? O roteiro muito bem escrito, como também a trilha sonora que é quase pouca. O elenco também é maravilhoso, uma escolha perfeita. A fotografia também gostei bastante, e principalmente da realidade que o filme passa, sem censuras ou preconceitos. Depois de assistir "Ensaio sobre a Cegueira" o considerei como o meu filme favorita, posição essa que não vai ser substituída por bastante tempo. 

Dou cinco xícaras de café para o filme.

Comentários

  1. Já ouvi muito sobre o livro, mas não sabia que tinha um filme. Admito que nunca li nada do Saramago, assim como nunca tive interesse em pesquisar mais sobre as obras do mesmo, mas agora que li sua crítica me interesse bastante não só pelo livro como também pelo filme. Farei o máximo para ler o mais rápido possível para que eu possa assistir a adaptação. Parabéns pelo blog, voltarei aqui sempre.

    Iuri Rodrigues | LiteraCult
    www.LiteraCult.blogspot.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que bom que você se interessou em assistir ao filme, também estou fazendo o máximo que posso para poder ler o livro. O filme beira a perfeição, e dá um aperto no coração... Obrigado cara, e volte sempre. Abraços!

      Excluir
  2. O filme é magnifico...o livro entao nao tenho palavras.jose saramago muitoo bom.
    sou bailarino fiz um solo em cima do filme.bom de mais.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que legal Elton, não vejo a hora de ler o livro. Abraços!

      Excluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Leia o conto "O Gato Preto", de Edgar Allan Poe

Não espero nem peço que acreditem nesta narrativa ao mesmo tempo estranha e despretensiosa que estou a ponto de escrever. Seria realmente doido se esperasse, neste caso em que até mesmo meus sentidos rejeitaram a própria evidência. Todavia, não sou louco e certamente não sonhei o que vou narrar. Mas amanhã morrerei e quero hoje aliviar minha alma. Meu propósito imediato é o de colocar diante do mundo, simplesmente, sucintamente e sem comentários, uma série de eventos nada mais do que domésticos. Através de suas consequências, esses acontecimentos me terrificaram, torturaram e destruíram. Entretanto, não tentarei explicá- los nem justificá-los. Para mim significaram apenas Horror, para muitos parecerão menos terríveis do que góticos ou grotescos. Mais tarde, talvez, algum intelecto surgirá para reduzir minhas fantasmagorias a lugares-comuns – alguma inteligência mais calma, mais lógica, muito menos excitável que a minha; e esta perceberá, nas circunstâncias que descrevo com espanto

O Cavalo e seu Menino, de C. S. Lewis

O terceiro livro de As Crônicas de Nárnia em ordem cronológica, O Cavalo e seu Menino, narra a história de duas crianças fugindo em dois cavalos falantes. Shasta vive em uma aldeia de pescadores e vive como se fosse um empregado do seu pai ‘adotivo’, Arriche. Quando um tarcãa chega à aldeia e pede para se hospedar na casa de Arriche, este aceita sem hesitar. Com um hóspede nobre, o pescador coloca Shasta para dormir no estábulo junto com o burro de carga, tendo como comida apenas um naco de pão. Arriche não era um pai afetivo, acho que ele nem se considerava pai do menino. Via mesmo ali uma oportunidade de ganhar mais dinheiro, e quando o tarcãa oferece uma quantia por Shasta, ele ver que pode arrancar um bom dinheiro com a venda do menino e assim começam a barganhar um preço pelo garoto. Ao ouvir que o seu ‘pai’ iria lhe vender, o menino decide fugir e ir para o Norte — era o seu grande sonho conhecer o Norte. Ao se dirigir ao cavalo, e sem esperar nada, desejar que o animal fa

Três ratos cegos e outros contos, Resenha do Livro

Três ratos cegos Três ratos cegos Veja como eles correm Veja como eles correm Correm atrás da mulher do sitiante Que seus rabinhos cortou com um trinchante Quem terá tido visão tão chocante Como três ratos cegos . Três ratos cegos e outros contos é a mais importante compilação de contos da literatura policial. Agatha Christie escreveu a história que  deu origem a peça teatral mais encenada de todos os tempos 1 . Nesse livro, que traz nove contos maravilhosos, Agatha escreve com maestria as histórias mais incríveis para todos os amantes da literatura policial. O primeiro conto, Três ratos cegos, traz um intrigante caso de assassinato em série. Giles e   Molly se casaram recentemente e se mudaram para o casarão da falecida tia de Molly. Com uma ideia de transformar a enorme casa em hospedaria, ela convence Giles e os dois agora são donos de uma Hospedaria.