"E o Brasil ficou mais pobre.
E triste.
Ariano, poeta entendedor do Brasil profundo.
Defensor de nossa riqueza cultural e emocional.
Sua obra descomunal fica para sempre.
Tive a honraria graúda de dar vida a um de seus passarinhos (era como se referia a seus personagens queridos).
Chicó fui eu, Chicó é Ariano, Chicó é tu.
Chicó e João Grilo têm morada no coração dos brasileiros.
E na minha mente e coração sempre estarão gravadas as palavras sublimes que proferi em "O Auto da Compadecida":
"Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados".
Celebre-se o homem, celebre-se o brasileiro, celebre-se o artesão das palavras.
E se um dia perguntarem se tudo que criou foi exatamente assim como ele idealizou, imaginarei Ariano dizendo com um sorriso de menino nos lábios 'Não sei, só sei que foi assim.'"
Fonte: Diário de Pernambuco
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