Todo fim de ano é a mesma coisa: sites, jornais e blogs de literatura fazem as famosas listas dos melhores do ano. Com o Café Literário não poderia ser diferente. Em 2016 tivemos vários lançamentos que deixaram os leitores chocados, espantados e horrorizados – no caso de um lançamento ruim. Mas esse é outro assunto. Inicialmente eu iria listar os dez melhores livros de 2016, mas a lista iria ficar extensa e, querendo poupar o leitor, resolvi fazer uma lista com os cinco melhores livros de 2016 – nacionais e internacionais. Foi uma escolha difícil, mas não impossível. Terminamos o ano de 2016 com a sensação de que em 2017 virá muita coisa boa por aí, especialmente no cenário nacional. Quero parabenizar à Record por lançar tantos autores estreantes, dentre os quais dois figura na lista deste blog. Agora chega de papo e vamos aos cinco melhores do ano:
Romance de estreia do
autor curitibano Diogo Rosas G. publicado pela Record. É um livro pequeno que
causa estranheza e deixa o leitor chocado com os acontecimentos sobre a vida de
Daniel Hauptmann, um escritor curitibano que resolve fazer um pacto com o Diabo.
Lembrando Grande Sertão: Veredas, de
João Guimarães Rosa, o protagonista faz aquilo que, segundo ele mesmo, o autor
mineiro fez pouco: falar sobre o Diabo. É um livro que fala sobre como o mal
pode nos atingir, a tragédia que nos aflige e que pode afetar aquelas pessoas
mais próximas de nós e as consequências de um pacto com aquele que muitos têm
medo de dizer quem é.
Também é o primeiro
romance do autor, publicado pela Record. A história de Florian Links e os
personagens originais e excêntricos que ele conhece na ilha de Santa’Ana Afuera
é uma busca pelo divino, uma caça ao tesouro e, por que não, uma viagem para
descobrir a si mesmo. Romance de aventura com questões transcendentais e
existenciais, Os invernos da ilha é uma grande história que deixa o leitor imerso no mundo de Florian Links durante as quase 500 páginas e o retira de
seu inverno para viver os invernos da ilha ao lado de Florian, Rousseau e
Cecília.
Romance-reportagem de fôlego sobre
a vida de Anders Breivik, o norueguês que matou cerca de 77 pessoas na Noruega
com a sua frieza típica de um psicopata. Alegando estar fazendo um processo de
purificação, pois via que o seu país a cada dia estava se islamizando com mais
força, Anders comete o pior atentado terrorista da Noruega. Apesar de temer
atentados dos islâmicos contra os seus, os “de fora” seria uma ameaça, ele
mesmo, “um de nós”, cumpriu esse papel que ceifou sonhos, futuros e vidas tão
jovens. Não cabe julgar pela sua ideologia ou pela ideologia ao qual ele
lutava, alegava que os socialistas estavam destruindo o seu país, mas sim a
maldade de um homem que se perdeu e deixou o mal contaminar o seu coração ao ponto
de não verter uma lágrima sequer pelas vítimas que ele matou cruelmente e
covardemente. Um livro indispensável que tira o nosso fôlego e faz com que o
leitor lamente por não ser apenas uma história de ficção. O mal é real, e está
próximo de nós.
Um livro valioso que ousa ao
analisar a história da literatura brasileira e faz críticas a nomes imortais.
Chama Machado de Assis de dissimulado, enfrenta a nossa intelligentsia do
passado e presente e desmascara as intenções de escritores como Jorge Amado,
Sérgio Buarque de Holanda, Graciliano Ramos e etc. Por fim, não literalmente, conclui que a nossa
literatura é moralmente fraca e elogia nomes como Cecília Meireles, Otto Lara
Resende, Nelson Rodrigues e Joaquim Nabuco.
O livro que narra as 13 horas de
horror vivenciadas pelos soldados americanos em Benghazi, que resultaram na
morte de quatro americanos. O ataque terrorista não obteria êxito se a então
secretária dos EUA, em 2012, Hillary Clinton não tivesse negligenciado as
chamadas e pedidos dos americanos em Benghazi. Um livro polêmico que trás a
tona toda a verdade sobre o fracasso de Obama e Hillary em sua política
externa.
*Por coincidência ou não, todos os cincos livros da lista são do Grupo Editorial Record. O que me faz prometer ler em 2017 mais livros de diversas editoras.
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