“Eu, Robô” de Isaac Asimov, publicado em 1950, é um clássico da ficção científica. Foi Asimov que criou as Leis da Robótica, assim acabando com o complexo de Frankenstein. Mas o que seria esse complexo? Resumindo, é o medo que os seres humanos nutriam pelas máquinas. Naquela época, a literatura sobre ficção científica detalhava como criaturas feitas pelo homem traíam o seu criador, como no romance de Mary Shelley, em que um cientista suíço, cria um homem artificial. A criatura se volta contra o criador, e mata a esposa e o irmão do cientista. Asimov não gostava disso, e por isso criou as três leis que hoje regem a ficção científica, seja na literatura ou cinema. São elas:
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Primeira Lei: um robô não pode ferir um ser humano ou, através da inação,
permitir que um ser humano seja ferido.
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Segunda Lei: um robô deve obedecer às ordens dadas por seres humanos exceto se
tais ordens entrarem em conflito com a Primeira Lei.
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Terceira Lei: um robô deve proteger sua própria existência desde que tal
proteção não entre em conflito com a Primeira ou a Segunda Lei.
Os nove
contos mostram como essas leis funcionam, e, quando elas entram em conflito. A
narração é feita por Susan Calvin, a robôpsicóloga da U.S. Robôs. Um repórter a
entrevista e pergunta sobre nove acontecimentos, o que resultam nos nove
contos. O primeiro é sobre o primeiro robô criado pela U.S Robôs, quando estes
ainda podiam viver entre a sociedade. Um robô babá, que foi criado para
proteger e cuidar de crianças. Mas a mãe da menina acha isso um absurdo, e faz
de tudo para o robô ser devolvido. Mas a criança já tinha se apegado à máquina,
e fica triste. Para tentar animar a filha, o casal leva a criança para ver como
funciona a montagem de robôs, até que ela vê uma máquina parecida com Robbie, e
corre em sua direção. A menina não vê que um enorme trator desliza cegamente em
direção a ela. Mas Robbie agiu rapidamente e salvou a menina: a Primeira Lei
entrara em ação.
★★★★ |
Os
contos seguintes mostram falhas dos robôs em relação às Leis da Robótica. Um robô
acha que é superior aos humanos, e adora uma máquina como se fosse seu Mestre,
e o autodenomina como o Profeta do Mestre. Outro lê mentes, e mente; outro é
aparentemente um humanoide, e assim por diante. Os robôs não ferem os seres
humanos, mas em certas situações, acham-se superiores a humanidade e decidem o
seu futuro baseados nas Leis da Robótica.
Eu adoro esse livro, Asimov era um gênio que conseguiu prever muita coisa como a Wikipédia e o forno de micro-ondas décadas antes dessas tecnologias surgirem. Só um gênio desse naipe poderia criar leis aparentemente tão perfeitas, feitas para proteger os humanos, e pensar em tantas maneiras de burlá-las sem contradição, é o que acontece nos contos.
ResponderExcluirUm detalhe interessante, o filme "Eu, robô" de 2004 - aquele com o Will Smith - é baseado nesse livro, mas não é adaptação de nenhum dos contos deles, uma história nova foi escrita com base nas leis e nas interpretações que podem ser feitas a partir delas, igual Isaac Asimov fez em seu livro. Eu achei um trabalho brilhante e que fez jus ao escritor russo.
Outro livro que fala dessa complicada interação criador/criatura, ou homem/máquina é A.I. Inteligência Artificial, você conhece? Eu escrevi uma resenha sobre ele no blog Rascunho com Café: http://www.rascunhocomcafe.com/2015/09/ai-inteligencia-artificial-um-conto-de.html
Gostei muito de seu texto, parabéns!
Abraços,
Alessandro Bruno
Fala, Alessandro! Realmente o Asimov foi um gênio, futuramente eu pretendo reler o livro para poder aproveitar mais, já que eu fiquei um pouco sonolento (o primeiro livro de ficção científica que eu li). O filme com o Will já tinha visto, mas não me lembro dos detalhes. E obrigado pela dica do A.I, vou dá uma pesquisada. Vou dá uma passada lá no blog e conferir a resenha. Abraços!
ExcluirOlá, Allenylson! Há tempos tenho vontade de ler esse livro. Nunca li nada do Asimov, pretendo iniciar com "Fundação" e logo depois partirei pra esse!
ResponderExcluirEu assisti ao filme de 2004 e acho que foi um dos melhores trabalhos do Will.
Abraços!
www.bravuraliterariablog.blogspot.com.br
E aí, Felipe! O filme com o Will foi ótimo mesmo, e vou procurar ler mais coisas do Asimov.
ExcluirAbraços!
Isaac Asimov descreveu Carl Sagan como uma das duas únicas pessoas que conheceu cujo intelecto superou o seu. O outro, segundo ele, era o cientista da computação e especialista em inteligência artificial Marvin Minsky.
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