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Mostrando postagens de agosto 28, 2016

Belo, trágico, chocante e real, "Os abraços perdidos" é um romance curto mas intenso

Pedro teve um pai que deixou marcas profundas em sua alma. A relação de pai e filho nunca foi normal para ele. Antônio Carlos era um homem bruto, egoísta e sem responsabilidade alguma. Tratava o filho como se fosse um colega de bar. Bar. O pai de Pedro bebia muito e a cada dia que se passava, aprofundava-se mais e mais no álcool. Mais um adjetivo negativo para Antônio Carlos: bêbado. Os capítulos são alternados em primeira e terceira pessoa, um relembrando o passado e o outro narrando o presente. A leitura é rápida e prazerosa, faze-nos sentir um sentimento de ira contra o pai sem noção e de compaixão pelo filho traumatizado. Perguntamo-nos: que pai é esse? Pedro nunca teve o amor do pai, e Antônio Carlos nunca teve o amor do filho. Pensou no quanto mudou nesses anos todos. Era outro. Já havia sido vários outros. Uma vez ingênuo demais, outra vez inconsequente demais, medroso demais, apaixonado demais, iludido demais, bicho-grilo demais. Por vezes, tentou se autocorrigir, mas nã

A perda da memória e as desconfianças no ser humano em "MemoRandom", de Anders de La Motte

“Todo mundo mente. Não confie em ninguém.” David Sarac é um homem que perdeu a memória em um acidente de carro. O pouco que sabemos sobre o personagem é aquilo que o narrador vai contando ao longo da narrativa. Aqui, a perda da memória seria uma benção ou maldição? Para Sarac, talvez uma benção. Aos poucos ele vai recuperando a memória e se lembrando do que ele é e o que faz. Trabalha para a polícia recrutando pessoas para serem informantes. Entregar grupos criminosos, dá informações sobre algo relacionado ao tráfico de drogas, entregar nomes de homens poderosos da cena do crime na Suécia. Ao sofrer uma batida em um túnel e quase morrer, Sarac começa uma jornada em busca do seu verdadeiro eu e de uma informação que está deixando todo mundo com muita curiosidade... Jano. As histórias de Natalie, Atif e Jesper são paralelas à de Sarac e, como em um quebra-cabeça, elas vão se juntando até estarem relacionados uns com os outros. La Monte narra essas histórias sem perder o